segunda-feira, 25 de junho de 2007

– Responsabilidade Social Corporativa & Ética na Administração Sócio Ambiental –

  • Administração em seu campo prático é um tema bastante abrangente e diversificado, aberto a inúmeras aplicações, porém todos os profissionais atuantes neste seguimento concordam que a responsabilidade social das empresas está intimamente ligada à visão de ética e a conscientização das necessidades globais, que seus administradores têm. Sem, necessariamente, abordar conceitos de ordem filosófica, sendo mais no sentido de despertar a reflexão do indivíduo, desenvolvendo atitudes efetivas e permanentes ao meio social.
  • A ética é descrita em sua gênese como a hierarquia de valores instituidos, mas como aplicá-la ao meio social requer certa distinção entre interpretações desse conceito, sendo premissa de atuação ética, a reflexão.

    - O que realmente é mais importante?
    - O que considero positivo e o que é negativo?
    - Qual é o ideal que dirige a vida, qual é o sentido que dou a ela?
    - Afinal, qual é a distinção entre o bem e o mal?
  • Assim cresce a moral entendida como a ordenação da hierarquia de valores, que orienta os posicionamentos assumidos em função das decisões tomadas a cada instante da vida. Tendo um papel fundamental na vida da sociedade como um todo. Temas como ecologia, preservação e responsabilidade social têm relação direta com a hierarquia dos valores sociais e, ainda mais, com a ordenação dos valores individuais que regem o cotidiano de cada ser humano.
  • O atos humanos, em sua quase totalidade, são atos relacionais. Ou seja, são ações que se realizam no relacionamento com o outro. É neste relacionamento que os valores tornam-se reais, quando são discutidos com uma ou mais pessoas, com a comunidade local ou com a sociedade – seja na família, na escola ou na empresa.
  • Na famosa escola do capitalismo aonde se prega o desenvolvimento pela produção e consumo em larga escala ou, atualmente, a do neoliberalismo, detêm seguidores com a visão de responsabilidade social da empresa como única e exclusivamente de aumentar o lucro, maximizar os retornos financeiros e ampliar o seguimento do mercado. Logo, o que se faz nas empresas e nos negócios tem por objetivo a expansão consumista. A preocupação com os empregados, com a qualidade, com o bem estar da comunidade, enfim, tudo o que se faz pelos outros, justifica-se apenas se a ação resultar no aumento dos resultados econômicos da empresa.
  • Há de se concordar que as empresas não têm uma finalidade em si mesma – ninguém cria uma empresa só por criar uma empresa –, geralmente, são instrumentos na construção de um objetivo maior. Neste caso o objetivo final será de, em algum momento, produzir riquezas que se espalharão pela sociedade.
    Na visão de pensadores modernos, o administrador bem sucedido será aquele que procurar aprimorar-se nos conhecimentos tecnológicos, nos conhecimentos organizacionais, na criação ou participação de ações sócio ambientais, para só como conseqüência, obter o acúmulo de capitais.
    Este conceito foi claramente exposto nas reflexões de outro estudioso do assunto, o Papa João Paulo II na sua Encíclica Centesimus Annus, que afirma:

    “A finalidade da empresa não é simplesmente a produção de benefícios financeiros, mas principalmente, na própria existência da empresa como comunidade de pessoas que, de diversas maneiras, buscam a satisfação de suas necessidades fundamentais e constituem um grupo particular a serviço da sociedade inteira”.
  • Estes conceitos implicam uma série de compromissos que o administrador assume, tanto com a sociedade em que está inserido, quanto com as pessoas que integram – a comunidade, os clientes, os fornecedores, os portadores de recursos públicos ou privados, o governo – o desenvolvimento e capacitação do trabalho, utilizando métodos participativos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Acho muito interessante essas colocações, mas pouco praticadas pela sociedade, precisamos mesmo e de um povo culto.

Anônimo disse...

Crônicas
NATUREZA SOLENE

Nei Duclós

A relação com a natureza deve ser solene, longe dos sentimentos descartáveis, do uso fundado em superficialidades, dos gestos vazios, dos olhares cômicos. Toda paisagem é ancestral e nos remete a verdades como a eternidade ou a morte. Por estarmos num planeta que vaga pelo céu, por força de muitos mistérios, ficamos amedrontados com o que nos dizem as estações, as catástrofes, os eclipses, as estrelas, o mar, a montanha. O temor nos transforma em habitantes rasos numa abóbada de cristal, pois fugimos das catedrais do Acaso quando encaramos com demasiada obsessão as rotinas que nos cercam.

Mas ser solene não quer dizer ser metido a sério. Nada mais chato do que aturar a pose de olhares longos ou conversas fúteis vestidas de filosofia barata. O humor faz parte do necessário distanciamento que precisamos ter para conviver com a obrigatória grandeza da paisagem. O humor nos refresca a mente e nos ajuda a sobreviver, mas jamais nos transforma em palhaços. Rir diante do espelho é qualidade das pessoas realmente sérias. E franzir o sobrecenho em hábitos de sobrecasaca faz parte de uma história universal do ridículo.

Podem achar que é sofisticado demais entender a seriedade quando alguém está sendo leve nos comentários, autocrítico na conversa, criativo nas cenas que descreve. É mais fácil a linha pão-pão, queijo-queijo. Segundo esse conceito, se você quer ser sério, então feche a cara. E se você for um tolo, ria. Não deveria haver esse equívoco.

A comédia clássica já nos ensinou o caminho da tragédia e o melodrama provou o quanto é fútil o esforço óbvio de ser grave e taciturno. Sabemos também que, ao fingir seriedade, muita personalidade pública quer mesmo é esconder a pândega que pode fazer com o patrimônio nacional.

Ter com a natureza uma relação solene nos leva obrigatoriamente para o respeito com a paisagem, a defesa de sua integridade, a busca de soluções para diminuir a agressão ambiental. O problema é que a violência contra os recursos naturais cresce e avança, ao mesmo tempo em que o discurso a favor da sua preservação aumenta.

A contradição então se torna mais aguda: quanto mais metidos a sério os argumentos contra o desmatamento e a destruição do solo, mais risível é a situação do território que gerações passadas conquistaram com sacrifício.

A solução não é incrementar o discurso e o número de eventos ou difundir mais mensagens de boas intenções. Mas aprofundar a relação solene com a natureza por meio da arte. O cinema, a pintura, o romance, a crônica, o conto precisam resgatar esse sentimento grandioso que sempre tivemos em relação à natureza. É costume rir dos antepassados, que teriam medo de cataclismas. Ou rir da identificação das manifestações naturais com deuses em forma humana. Fala-se do medo do trovão, que teria gerado Tupã, o incômodo caminhante do céu nublado que assustava os moradores das selvas.

Mas a relação solene não significa esse tipo de retrocesso. É possível emocionar-se com a natureza sem precisar se ajoelhar diante dela. Basta escutar o vento. Ele ensina coisas e te deixa sério como os heróis antes da batalha. Habitado por essa força, você passará por cima de qualquer gargalhada que tentar identificar a ética da tua percepção com alguma piada sem graça.

Anônimo disse...

NATUREZA AMEAÇADA.

Concordo com vocês : a maioria dos homens desconhece que o essencial está sendo destruído. Muitos por ignorância. Muitíssimos outros por ganância e poder. Os primeiros matam espécies importantes sem saber que o que não é cultivado e preservado os condenará à misérias maiores. Os que sabem e reconhecem, por meios científicos e estatísticos, os desastres iminentes preocupam-se mais, e ou apenas, com os resultados do que as fortunas acumuladas lhes proporcionarão; luxo, fama e exposição na mídia mundial entre os mais ricos do Planeta que, inconseqüentemente, colocam em risco. Para a grande maioria os desastres ecológicos que causam e o futuro da Humanidade não importam. Nenhum nem outro possuem sensibilidade para avaliar a desgraça de uma Terra arrasada. Obrigada pelo alerta de conscientizar as pessoas para que cada uma faça a sua parte e assim tornar válido o objetivo deste PROJETO.(fazer pensar); E QUE DEUS NOS PROTEJA. Abraço.